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Vamos cantar a chegada do outono?

"O outono chegou... o outono chegou e as folhas vão cair, tempo de frio e calor... o ventinho no ar e o céu bem mais azul e as estrelas a brilhar... o outono chegou..."


Na Antroposofia, o outono é visto como um período de transição e recolhimento, um momento em que a natureza nos convida a olhar para dentro, assim como as folhas caem e a terra começa a se preparar para um novo ciclo. É um tempo de colheita – não apenas dos frutos que a natureza nos dá, mas também das experiências, vivencias e aprendizados do ano.


Rudolf Steiner relaciona o outono a uma fase de maior interiorização e consciência, onde, após a expansão do verão, o ser humano é chamado a refletir, amadurecer e preparar-se para o inverno.


Esta estação chega trazendo dinâmicas que despertam a observação da natureza, o cuidado com o ambiente e a gratidão pelos ciclos da vida. As brincadeiras ao ar livre ganham um novo tom: folhas são recolhidas, empilhadas, lançadas ao vento. Os pés descalços, que antes corriam sobre a grama quente dos dias ensolarados, agora exploram a grama geladinha coberta de orvalho, sentem o ventinho fresco... As transformações acontecem, e nós as vivenciamos em cada pequeno instante.


O sol, antes intenso e vibrante, agora se torna mais acolhedor. O vento sopra com leveza, espalhando folhas que dançam até tocarem o chão. As cores do céu se modificam – tons dourados e alaranjados surgem no entardecer, e a luminosidade ganha uma suavidade especial. Tudo ao nosso redor desacelera: a natureza silencia, os pequenos animais se recolhem, e até dentro de nós sentimos um chamado ao aconchego, ao descanso...


No ritmo da escola, trazemos dinâmicas que ressoam com essa mudança: trabalhamos com cores terrosas e douradas nas pinturas, exploramos elementos da natureza que caem ao chão, oferecemos histórias que falam sobre ciclos e transformações. As crianças percebem essa transição de forma intuitiva – e o papel do adulto é criar um espaço onde essa percepção possa ser vivida de maneira harmoniosa e significativa.


Em casa, o outono convida a momentos de aconchego. É tempo de ler um livro juntos, preparar uma sopinha quente, observar o pôr do sol ou simplesmente estar presente nos pequenos instantes do dia.


A natureza nos ensina que há um tempo para expandir e um tempo para recolher, e acolher esse ritmo junto às crianças é uma forma de ensiná-las a viver em sintonia com o mundo ao seu redor.


Que possamos sentir e viver o outono não apenas como uma mudança de temperatura, mas como um movimento interno e natural da vida!


Bem-vindo, OUTONO!


Vamos contar uma história?


"Que tal você chegar pra me escutar melhor... eu vou contar uma história pra você... é linda e como tudo é na vida eu vou dizer... estou aqui... pra amar você..."


O homenzinho do OUTONO


Ocorreu em um dia caloroso, que o vento do leste, sem se dar conta, levava em seu abrigo de vento um pequeno homenzinho consigo.


Sua madeixa era vermelha como o fogo e sua barba também. Levava um casaquinho de mil cores.


Os gnomos e os elfos o chamavam de Homenzinho do Outono. Ninguém sabia de onde vinha, mas a aparição do homenzinho desencadeava sempre grandes preparativos de viagem.


Para sua chegada, todos se preparavam para ir ao interior da terra. Era divertido observar o Homenzinho do Outono, agarrado às dobras do abrigo do vento. Olhava com olhinhos alegres e curiosos ao seu redor.


Quando o vento do leste passava por cima de uma amoreira silvestre, o Homenzinho deu um pulo e saltou em cima de uma de suas folhas.



Suavemente a acariciou com seus pequeníssimos dedos e, lentamente, o verde se transformou em um vermelho profundo. Ao lado do arbusto estava uma lagartixa tomando sol e, de prazer, à maneira das lagartixas, riu vendo a maravilhosa mudança, e a amoreira mesma pareceu desfrutar da pintura encantadora do Homenzinho do Outono porque alargou seus ramos e coloriu suas folhas.... Ahh que mãozinhas poderosas!


Logo brilharam muitos ramos de vermelho profundo; algumas só tinham pontinhos e manchas amarelas no verde das folhas, mas isso não bastava para o Homenzinho.


Agilmente, saltou a uma árvore que crescia ao lado da amoreira. O Homenzinho tocava folha a folha e transformava a cor das folhas em amarelo reluzente. Toda a árvore se alegrou de seu novo esplendor e os raios do sol bailaram entre os ramos e iluminaram a árvore de ouro. Assim, o Homenzinho pulou de arbusto em arbusto, de árvore em árvore e transformou o bosque inteiro. Às vezes, pulava no alto de uma árvore e a tingia de cor ouro.


 Às vezes, sussurrava às folhas verdes:


– Virei mais tarde com vocês, não fiquem tristes.


 As folhas se moviam com o vento, conheciam o Homenzinho e sabiam que ia manter sua palavra.


Assim, durante muitos dias ele se dedicou ao divertido jogo. De vez em quando, o outono olhava através das árvores e observava sorridente o seu fiel ajudante.


Mas, logo, chegou maio e trouxe consigo o vento frio. As folhas marrons caíam no chão em silêncio. Todos os animais se esconderam em suas casas e esconderijos secretos. Os pássaros se ocultaram em seus ninhos.


Ontem, ainda, um velho corvo tinha visto o Homenzinho do Outono – mas hoje havia desaparecido. Onde havia ido? Ninguém sabe. Entretanto, no próximo ano virá de novo.




 
 
 

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